terça-feira, 15 de julho de 2014

Unidade 1 – Onde estão as pessoas?

Apresentação da unidade

A primeira unidade deste volume é dedicada à
construção de um grande panorama. Sem se ater
especificamente a um ou a outro tema comum aos
manuais de Geografia, a unidade parte do princípio
de que é necessário localizar aqueles que são os
mais interessados no estudo desse tipo de conhecimento,
isto é, a própria humanidade.
Como podemos ver, as variáveis são muitas:
encontramos pessoas no interior de florestas
equatoriais e de desertos imensos; vivemos sob o
domínio de temperaturas extremamente baixas,
mas isso não nos impede de nos concentrarmos
em áreas extremamente quentes. As cidades –
uma das formas mais importantes da atual organização
geográfica da humanidade – podem ser
encontradas sob a terra, sobre montanhas, à beira
dos oceanos ou cercadas por densas florestas. Os
limites são poucos e somos os únicos seres vivos
de grande porte que podem ser encontrados
em qualquer ponto do planeta (inclusive voando
pela atmosfera, navegando sobre os mares e no
interior deles, e fazendo experiências acima da
própria estratosfera).
A Unidade 1 busca mostrar determinado padrão
– comum a todos os ambientes dominados
pela humanidade –, que pode ser resumido aos
seguintes termos: a sociedade vai remodelando os
diferentes ambientes, ao se apossar deles, de tal
maneira que seus elementos originais tornam-se
domesticados, isto é, ficam sob controle e a serviço
da própria humanidade.
Outro aspecto fundamental é mostrar que sociedades
com a mesma origem, quando enfrentam
ambientes muito diferentes, transformam-se. Mas,
de qualquer forma, é praticamente impossível sabermos,
antecipadamente, como tal processo vai
se realizar.
Acontece, ainda, que sociedades de diferentes
origens, quando em contato com ambientes muito
semelhantes, tampouco se tornam sociedades semelhantes.
A relação entre os homens, os ambientes que
conquistam e aqueles que produzem não é linear.
O conjunto de fatores que influenciam a constituição
das geografias de cada lugar é praticamente infinito
e, portanto, é preciso estudá-los das mais diferentes
maneiras, levando em consideração os aspectos
mais importantes na definição de cada uma delas.
É assim que se procurou mostrar as diversas
redes que articulam a Geografia contemporânea,
tendo as cidades como o exemplo mais importante
e determinante. A partir delas, os exemplos se multiplicam
e atestam a diversidade – profundamente
articulada – com que os ambientes agrários, ou
mesmo aqueles de sociedades não urbanas, constituíram-
se nas paisagens.
Como em todas as demais unidades, três complementos
oferecem novas referências de leitura para os
estudos geográficos. A seção Pausa para pesquisa
desta unidade aborda o rock para tratar das influências
do universo urbano-industrial na produção e difusão
desse gênero musical. Com base em elementos
comuns a um quarto de adolescente, a seção problematiza
temas como o consumo, a produção cultural
nas redes urbanas e sua distribuição geográfica.
Na seção Outros olhares, entrevistamos um ex-
-estudante de Geografia da Universidade de São Paulo,
que conseguiu transformar sua paixão por viajar
em seu meio de sobrevivência. Assim, procuramos
captar nesse depoimento a experiência mais básica de
qualquer viajante que presta atenção ao que acontece
em seu entorno: o fato de não existirem dois lugares
iguais e, ao mesmo tempo, a percepção de que todos
estão interligados, criando um mundo de diversidades
e homogeneidades onde cada cultura, cada clima,
cada relevo e assim por diante se interdeterminam,
construindo o mundo como o conhecemos.
Na terceira seção, Preste atenção nos mapas,
apresentamos várias dúvidas sobre a ideia de cartografia
que podem acometer um aluno do Ensino
Médio. Colocando em pauta as diversas maneiras
possíveis de fazer um mapa, a ideia é apresentar-lhe
mais uma forma de ler o mundo e escrever sobre ele.
Por fim, cabe um comentário: nem a entrevista
nem o artigo sobre cartografia serão alvo de avaliações
colocadas no interior do livro – claro que, dependendo
de seu interesse, tudo pode ser avaliado. Lembremos
que essas duas partes finais de cada unidade, na medida
em que se inserem como complementares, não

são de uso obrigatório para o projeto geral da obra.

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