Apresentação da unidade
A primeira unidade deste
volume é dedicada à
construção de um grande
panorama. Sem se ater
especificamente a um ou a
outro tema comum aos
manuais de Geografia, a
unidade parte do princípio
de que é necessário
localizar aqueles que são os
mais interessados no estudo
desse tipo de conhecimento,
isto é, a própria
humanidade.
Como podemos ver, as
variáveis são muitas:
encontramos pessoas no interior
de florestas
equatoriais e de desertos
imensos; vivemos sob o
domínio de temperaturas
extremamente baixas,
mas isso não nos impede de
nos concentrarmos
em áreas extremamente
quentes. As cidades –
uma das formas mais
importantes da atual organização
geográfica da humanidade –
podem ser
encontradas sob a terra,
sobre montanhas, à beira
dos oceanos ou cercadas por
densas florestas. Os
limites são poucos e somos
os únicos seres vivos
de grande porte que podem
ser encontrados
em qualquer ponto do
planeta (inclusive voando
pela atmosfera, navegando
sobre os mares e no
interior deles, e fazendo
experiências acima da
própria estratosfera).
A Unidade 1 busca mostrar
determinado padrão
– comum a todos os
ambientes dominados
pela humanidade –, que pode
ser resumido aos
seguintes termos: a
sociedade vai remodelando os
diferentes ambientes, ao se
apossar deles, de tal
maneira que seus elementos originais
tornam-se
domesticados, isto é, ficam sob
controle e a serviço
da própria humanidade.
Outro aspecto fundamental é mostrar que
sociedades
com a mesma origem, quando enfrentam
ambientes muito diferentes,
transformam-se. Mas,
de qualquer forma, é praticamente
impossível sabermos,
antecipadamente, como tal processo vai
se realizar.
Acontece, ainda, que sociedades de diferentes
origens, quando em contato com
ambientes muito
semelhantes, tampouco se tornam
sociedades semelhantes.
A relação entre os homens, os ambientes
que
conquistam e aqueles que produzem não é
linear.
O conjunto de fatores que influenciam a
constituição
das geografias de cada lugar é
praticamente infinito
e, portanto, é preciso estudá-los das
mais diferentes
maneiras, levando em consideração os
aspectos
mais importantes na definição de cada
uma delas.
É assim que se procurou mostrar as
diversas
redes que articulam a Geografia
contemporânea,
tendo as cidades como o exemplo mais
importante
e determinante. A partir delas, os
exemplos se multiplicam
e atestam a diversidade – profundamente
articulada – com que os ambientes
agrários, ou
mesmo aqueles de sociedades não
urbanas, constituíram-
se nas paisagens.
Como em todas as demais unidades, três
complementos
oferecem novas referências de leitura
para os
estudos geográficos. A seção Pausa para
pesquisa
desta unidade aborda o rock para tratar
das influências
do universo urbano-industrial na
produção e difusão
desse gênero musical. Com base em
elementos
comuns a um quarto de adolescente, a
seção problematiza
temas como o consumo, a produção
cultural
nas redes urbanas e sua distribuição
geográfica.
Na seção Outros olhares, entrevistamos
um ex-
-estudante de Geografia da Universidade
de São Paulo,
que conseguiu transformar sua paixão
por viajar
em seu meio de sobrevivência. Assim,
procuramos
captar nesse depoimento a experiência
mais básica de
qualquer viajante que presta atenção ao
que acontece
em seu entorno: o fato de não existirem
dois lugares
iguais e, ao mesmo tempo, a percepção
de que todos
estão interligados, criando um mundo de
diversidades
e homogeneidades onde cada cultura,
cada clima,
cada relevo e assim por diante se
interdeterminam,
construindo o mundo como o conhecemos.
Na terceira seção, Preste atenção nos
mapas,
apresentamos várias dúvidas sobre a
ideia de cartografia
que podem acometer um aluno do Ensino
Médio. Colocando em pauta as diversas
maneiras
possíveis de fazer um mapa, a ideia é
apresentar-lhe
mais uma forma de ler o mundo e
escrever sobre ele.
Por fim, cabe um comentário: nem a
entrevista
nem o artigo sobre cartografia serão
alvo de avaliações
colocadas no interior do livro – claro
que, dependendo
de seu interesse, tudo pode ser
avaliado. Lembremos
que essas duas partes finais de cada
unidade, na medida
em que se inserem como complementares,
não
são de uso obrigatório para o projeto
geral da obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário