terça-feira, 5 de agosto de 2014

Unidade 1 – Livro II: A fábrica e seus lugares


Apresentação da unidade

Começar os estudos de Geografia pela fábrica
não é, em princípio, grande novidade. O que esta
unidade tem de novo é que não foi construída para
ser uma substituta do livro de História. Muito pouco
nos interessou discutir o surgimento da fábrica
e os ciclos de tempo que identificam as diversas revoluções
industriais a partir do século XVIII. O que
nos interessou de fato foi a relação entre a forma e a
localização que o processo fabril realiza e induz; e,
portanto, queremos mostrar como um processo se
torna a base para os estudos da geografia do mundo.
O objetivo de ter como ponto de partida “a fábrica
e seus lugares” é demonstrar a nossos alunos
que todo processo social tem forma e localização,
e, mais do que isso, que a própria ocorrência desses
processos é condição para a mudança, interna
e externa, dessas formas, ressignificando a relação
com os lugares.
Assim, juntando desenvolvimento técnico com
expansão do mercado e redefinição locacional das
plantas fabris, observamos que, para produzir, a
fábrica precisa mudar sua geografia interna. Nesse
processo, ela acaba por ampliar sua maneira de
intervir nas formas e dinâmicas do mundo – isto
é, define a dinâmica das mudanças na geografia
do mundo.
Assim, evidenciando as dinâmicas associadas à
implantação do taylorismo, do fordismo e do toyotismo,
a discussão em torno do processo produtivo
desloca-se para a relação com o mercado e, dessa forma,
procura demonstrar, por meio do paisagístico e
das mudanças culturais, como e por que a sociedade
fabril construiu e continua construindo uma geografia
absolutamente singular.
Na continuação, vamos nos deparar com a
relação entre fábrica, banco e constituição do capital
financeiro, para, logo em seguida, evidenciar alguns
aspectos relativos ao controle da técnica e da produção
do conhecimento. Trata-se, portanto, de um
grande exercício, que exige, a cada passo, a articulação
de um número cada vez maior de variáveis.
No final, a seção Pausa para pesquisa traz
uma reflexão a respeito da circulação de mercadorias,
desde a produção até sua aquisição pelo
consumidor final, e suas conexões com a juventude
nesses diferentes lugares. Na seção Outros
olhares, reproduzimos uma entrevista com o geógrafo
uruguaio Marcel Achkar sobre os conflitos
que ocorreram em Fray Bentos, na fronteira entre
Uruguai e Argentina. A entrevista nos trouxe a
possibilidade de tornar as contradições do processo
fabril uma realidade mais próxima da imaginação
dos alunos.
A seção Preste atenção nos mapas toca em um
tema delicado para eles: as coordenadas geográficas.
Abordamos ali os problemas que a incapacidade técnica
de definir longitude trouxe para o processo de
expansão mercantil. A complexidade do tema e os
problemas técnicos que estão a ele associados nos
obrigaram a dividir o assunto em duas partes, ficando
a segunda para o final da Unidade 2.
Objetivos pedagógicos

Esta primeira unidade dá início a uma nova
etapa do processo de alfabetização geográfica: levar
os alunos a reconhecer a dimensão geográfica de
seu cotidiano e as determinações estruturais que
definem o mundo.

Reconhecer a dimensão geográfica
do cotidiano

Diferentemente do volume anterior, em que se buscava
reconhecer os elementos da natureza e identificar a sociedade
como sendo um deles, a sociedade agora é ponto
de partida e os elementos da natureza são referências
que completam o discurso geográfico.

Reconhecer determinações estruturais
que definem o mundo

Do ponto de vista da linguagem, o reconhecimento das estruturas
do mundo contemporâneo demanda o uso mais
intenso da Cartografia, em diferentes escalas, projeções e

articulações temáticas.

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