sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Unidade 4 – A geografia das águas e da vida


Apresentação da Unidade

Lembrando que as unidades iniciais deste volume
procuram desvendar os processos que criam e
dão sentido às paisagens, o objetivo mais geral desta
unidade é encerrar o ciclo procurando mostrar que
o desvendamento dos processos é, também, a construção
de ferramentas conceituais que nos permitem,
de fato, observar o mundo e elaborar algumas
explicações sobre os fenômenos que somos capazes
de perceber.
A unidade se inicia discorrendo sobre o domínio
das águas na interface que compõe nosso hábitat: a
relação entre hidrosfera, atmosfera e litosfera. Coloca
informações, reconhece os topônimos (o nome
dos lugares e, no caso, o nome dos oceanos) e apresenta
a Cartografia, que é o primeiro ponto de partida
dessa fase das discussões.
O caminho, a partir desse momento, é basicamente
o mesmo que foi seguido pelas unidades
anteriores: retoma-se a discussão sobre as origens
(fechando todo o ciclo dos temas relacionados à formação
do planeta) para chegar ao fato que, nesse
ponto do curso, já deve ter se tornado familiar: se
as rochas se movem, se a atmosfera se move – as
velocidades não são as mesmas –, a compreensão
do movimento das águas nos permite completar um
quadro de determinações na definição dos ecossistemas
terrestres.
Assim, no conflito entre o quente e o frio, as altas
e as baixas latitudes, o movimento de rotação e as
diferentes densidades entre rochas, ar e água, as correntes
marinhas são apresentadas como resultado da
dinâmica terrestre e, depois, como ponto de referência
para a compreensão das umidades, da presença
dos peixes, das rotas marinhas e assim por diante.
O ponto de chegada dessa primeira parte da
unidade, que compreende os capítulos 8 e 9, são as
águas continentais e, portanto, um painel sobre
as bacias hidrográficas e os grandes aquíferos subterrâneos.
Em meio a tudo isso, procuramos identificar
a relação entre as bacias hidrográficas e a geração
de energia para que o ciclo de territorialização se
completasse e, assim, pudéssemos nos deter alguns
instantes sobre a geografia brasileira.
A segunda parte é a geografia da vida, contida no
capítulo 10 – cuja intenção geral é mostrar que, da
unidade entre rocha, ar e água, a natureza se expressa
com a dinâmica da vida.
Mais uma vez o tema é apresentado com base
em sua polêmica – levemos em consideração que
a origem do planeta (e, portanto, das rochas, das
águas e da atmosfera) tem como ponto final a
discussão sobre o surgimento da vida, pois é com
tais reflexões que poderemos explicar a origem
da humanidade.
Assim, após uma rápida apresentação da saga
darwinista, procuramos identificar – com base em
uma classificação relativamente simples e sua distribuição
territorial – os grandes biomas, suas relações
com o clima e o relevo.
O final retoma as primeiras páginas do livro,
colocando em evidência a presença humana como
uma das formas de organização da própria natureza,
e encerra toda a discussão afirmando que o mapa-
-múndi político é uma das maneiras mais próximas
de representar, em nossos dias, a realidade do chamado
“ambiente global”. Bom… garantindo a dinâmica
da própria obra, este, na verdade, é um assunto
para o próximo volume.
Nos complementos encontramos um exemplo de
comunicação de uma pesquisa sobre o cotidiano e
os ritos de passagem de jovens para a vida adulta em
diferentes partes do mundo. Há, ainda, uma entrevista
na qual o geógrafo Edvaldo Moretti – professor
da Universidade Federal da Grande Dourados – dis-
corre sobre as relações entre o turismo, a agropecuária,
a mineração e a população do Pantanal. Na parte
da Cartografia, apresentamos os mapas portulanos,
base sobre a qual se construíram os movimentos de
navegação que deram origem à “europeização planetária”
conhecida por mercantilismo.

Objetivos pedagógicos
Do ponto de vista pedagógico, este capítulo não tem
muito a acrescentar em relação aos anteriores. Vale,
portanto, reforçar alguns pontos que devem ser
observados como apoio para todo o processo.

Contrapor-se à razão maniqueísta

Colocar-se, de forma objetiva e direta, como contraponto
a toda e qualquer razão maniqueísta é o principal
ponto a se amadurecer na passagem da adolescência
para a vida adulta.
Nesse sentido, todo o texto se constrói procurando demonstrar
que nenhuma afirmação pode ser colocada
como final, como uma verdade incontestável. Permanece,
assim, uma atitude investigativa, procurando unir o que já
se sabe com novas dúvidas e, dessas uniões, construirem-
-se novas conclusões – esse processo deve ser mostrado
como realmente é: não sabemos se algum dia poderemos
chegar a algum final.

Lidar de forma crítica com
o discurso científico

As abordagens do livro têm por objetivo apresentar ao
aluno os fundamentos de uma “razão adulta”, isto é, a
maneira pela qual se dá, depois da adolescência, o enfrentamento
dos problemas cotidianos e, também, como
o conhecimento científico é, de fato, produzido: como
uma busca incessante do jogo de determinações que nos
permitem compreender e interferir sobre os fenômenos.
Por isso, tudo se apresenta como um movimento, como
mudanças, como algo que conseguimos compreender
sem que consigamos, de fato, controlar plenamente.
Esta última unidade, em especial, a localização das correntes
marinhas e dos biomas (chamados aqui de ecossistemas),
segue esta ordem: a descrição é ponto de partida
para a explicação; desta, para algum tipo de conclusão,
que, por sua vez, se tornará condição para nova descrição.


O final, na verdade, é um convite a que se continuem os 
estudos e nada mais, além disso, podemos de fato fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário