quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Volume 2 - Unidade 2 – O campo e seus lugares


Apresentação da unidade

Esta unidade pretende ser uma continuação direta
da anterior. O agrário coloca-se aqui como outra dimensão
da sociedade fabril e, em meio a essa lógica,
torna-se tema para compreendermos a atual configuração
geográfica em que vivemos.
O que se pretende, de fato, é realçar as relações
que tais processos constroem na identificação dos
lugares. É assim que se reforçam as ideias de continente,
país, clima, solo etc. Em um primeiro momento,
o que se evidencia é a distribuição territorial
da produção agrícola e, depois, da pecuária.
Com esses elementos em exposição, inicia-se a
discussão sobre as variáveis sociais que definem a
relação entre produtividade, produção e acumulação
de capital – sobre no que consiste um solo fértil
e em que medida ele é o único responsável pela
produção de mais ou menos alimentos. A discussão
encerra-se com o significado de propriedade da
terra e das condições técnicas de produção.
Observe que o tema “propriedade da terra” nos
permitiu colocar em foco o Brasil (o que temos feito
em todas as unidades) e os dilemas que surgem
em função da concentração fundiária, possibilitando
que os fundamentos da produção capitalista
no campo e os conflitos associados ao processo
sejam evidenciados.
Na sequência, a agropecuária foi o tema eleito e,
por meio do desdobramento desse setor da economia,
questionamos a lógica das commodities e suas
implicações em movimentos como a Revolução Verde
(em escala planetária) e em projetos como a transposição
do Rio São Francisco (em escala nacional).
Em Pausa para pesquisa, os alunos terão a oportunidade
de conhecer a distribuição no Brasil das
unidades de pesquisa da Embrapa. A seção Outros
olhares apresenta a entrevista com o geógrafo Ruy
Moreira, que traça uma interessante análise a respeito
das questões do campo.
Na seção Preste atenção nos mapas, é contada a
segunda parte da história que envolveu a descoberta
das condições para medir a longitude. Nesse caso,
a história real parece se confundir com as parábolas
da Antiguidade: em um mundo onde se prometiam
riquezas e prestígio e para onde se dirigiram os maiores
sábios da época, quem efetivamente conquista o
prêmio final é um carpinteiro que sabe fazer relógios
Saber o “onde” e poder qualificar o
significado dessas posições no território

A discussão sobre o campo traz como fundamento o entendimento
de que esse fenômeno passa pelo reconhecimento
de sua localização. Para realizá-lo, a unidade vai
se desdobrando em um emaranhado de mapas, e o texto
procura desvendá-los.
Em princípio, propomos nesta unidade que o curso de
Geografia se torne um amplo e complexo debate sobre
as possibilidades da Cartografia como linguagem para a
compreensão da “geograficidade” do mundo.

Apropriação das linguagens
geográficas

Linguagem alguma se mostra suficiente quando está disponível
a quem não a reconhece, àqueles que ainda são,
em relação a ela, leigos. Dessa maneira, a unidade volta ao
ponto fundamental de toda a proposta: ensinar e aprender
na escola é um tenso diálogo entre tudo o que já sabemos
e o reconhecimento de que tais conhecimentos
são sempre insuficientes, e, por fim, de que a apropriação
de novos conhecimentos não é possível sem que se reconheça
tratar-se também de um processo de alfabetização.
Assim, insistimos: aprender Geografia exige a apropriação

constante de suas linguagens.

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