Apresentação da unidade
Esta unidade pretende ser
uma continuação direta
da anterior. O agrário
coloca-se aqui como outra dimensão
da sociedade fabril e, em
meio a essa lógica,
torna-se tema para
compreendermos a atual configuração
geográfica em que vivemos.
O que se pretende, de fato,
é realçar as relações
que tais processos
constroem na identificação dos
lugares. É assim que se
reforçam as ideias de continente,
país, clima, solo etc. Em
um primeiro momento,
o que se evidencia é a
distribuição territorial
da produção agrícola e,
depois, da pecuária.
Com esses elementos em
exposição, inicia-se a
discussão sobre as
variáveis sociais que definem a
relação entre
produtividade, produção e acumulação
de capital – sobre no que
consiste um solo fértil
e em que medida ele é o
único responsável pela
produção de mais ou menos
alimentos. A discussão
encerra-se com o
significado de propriedade da
terra e das condições
técnicas de produção.
Observe que o tema “propriedade
da terra” nos
permitiu colocar em foco o
Brasil (o que temos feito
em todas as unidades) e os
dilemas que surgem
em função da concentração
fundiária, possibilitando
que os fundamentos da
produção capitalista
no campo e os conflitos
associados ao processo
sejam evidenciados.
Na sequência, a agropecuária foi o tema
eleito e,
por meio do desdobramento desse setor
da economia,
questionamos a lógica das commodities e
suas
implicações em movimentos como a
Revolução Verde
(em escala planetária) e em projetos
como a transposição
do Rio São Francisco (em escala
nacional).
Em Pausa para pesquisa, os alunos terão
a oportunidade
de conhecer a distribuição no Brasil
das
unidades de pesquisa da Embrapa. A
seção Outros
olhares apresenta a entrevista com o
geógrafo Ruy
Moreira, que traça uma interessante
análise a respeito
das questões do campo.
Na seção Preste atenção nos mapas, é contada
a
segunda parte da história que envolveu
a descoberta
das condições para medir a longitude.
Nesse caso,
a história real parece se confundir com
as parábolas
da Antiguidade: em um mundo onde se
prometiam
riquezas e prestígio e para onde se
dirigiram os maiores
sábios da época, quem efetivamente
conquista o
prêmio final é um carpinteiro que sabe
fazer relógios
Saber o “onde” e poder qualificar o
significado dessas posições no território
A discussão sobre o campo traz como
fundamento o entendimento
de que esse fenômeno passa pelo
reconhecimento
de sua localização. Para realizá-lo, a
unidade vai
se desdobrando em um emaranhado de
mapas, e o texto
procura desvendá-los.
Em princípio, propomos nesta unidade
que o curso de
Geografia se torne um amplo e complexo
debate sobre
as possibilidades da Cartografia como
linguagem para a
compreensão da “geograficidade” do
mundo.
Apropriação das linguagens
geográficas
Linguagem alguma se mostra suficiente
quando está disponível
a quem não a reconhece, àqueles que
ainda são,
em relação a ela, leigos. Dessa
maneira, a unidade volta ao
ponto fundamental de toda a proposta:
ensinar e aprender
na escola é um tenso diálogo entre tudo
o que já sabemos
e o reconhecimento de que tais
conhecimentos
são sempre insuficientes, e, por fim,
de que a apropriação
de novos conhecimentos não é possível
sem que se reconheça
tratar-se também de um processo de
alfabetização.
Assim, insistimos: aprender Geografia
exige a apropriação
constante de suas linguagens.
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